Você pergunta: Parece algo meio maluco, mas ao mesmo tempo eu odeio e amo o pecado. Antes de pecar parece que esqueço toda a dor que sinto após ter pecado e desagradado a Deus...
Parece que o prazer que o pecado me proporciona me faz ficar cego. É tão gostoso que no momento que eu o prático eu o amo, mas depois me vem no coração um ódio terrível por aquele pecado que cometi e por mim mesmo. Como vencer isso e resolver essa situação em minha vida?
Caro leitor, apesar de você achar essa situação que você descreveu como meio “maluca”, saiba que isso é mais comum do que você imagina. Aliás, na própria Bíblia, o apóstolo Paulo falou algo sobre isso, quando declarou: “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto” (Romanos 7:15). Dessa forma, creio que vale a pena refletirmos um pouco sobre algumas verdades bíblicas sobre o pecado e nossa relação com ele, a fim de compreender melhor a nossa situação e lutar com as armas certas contra isso.
Como vencer o pecado?
(1) O pecado tem uma característica muito poderosa que o faz ser muito eficaz para derrubar o ser humano, mesmo aqueles que têm Deus: Ele atua fortemente dando certos prazeres aos sentidos humanos. O prazer, sabemos, é algo que faz parte da vida humana. Temos prazer em comer, em beber, em se relacionar com outros, em realizar coisas, etc. No entanto, o pecado perverte os prazeres legítimos que Deus nos deu, e os deformam para que virem prazeres pecaminosos. Por exemplo, Deus criou o sexo para ser exercido dentro do casamento de forma saudável. O pecado usa o sexo indiscriminado para fazer as pessoas pecarem. Esse é o “amor” que o pecado quer que tenhamos para com ele. É uma atração que ele gera para trazer as pessoas para sua arapuca: “Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tiago 1:15).
(2) Mas por que caímos nas armadilhas do pecado mesmo sabendo que são armadilhas? Essa era a pergunta do apóstolo Paulo. Ele buscava entender esse comportamento maluco. Mais à frente ele ensina que “a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si” (Gálatas 5:17). Na realidade existe uma batalha acontecendo na vida de cada pessoa. Aqueles que não amam a Deus já vivem totalmente na carne, mas aqueles que professam Jesus como Senhor de suas vidas, travam agora uma batalha, a batalha da carne contra o Espírito. É a batalha do pecado que quer atuar em nossa vida, contra o Espírito, que deseja que sejamos santos. Daí aquele sentimento de grande dor e ódio do pecado quando pecamos, quando permitimos que a carne vença.
(3) A solução para essa questão? A solução passa por aquela velha história do lobo bom e do lobo mau, onde um discípulo diz a seu mestre que tem dentro dele um lobo bom e um logo mau. O mestre, sábio, mostra ao discípulo que aquele que ele mais alimentasse seria o que prevaleceria. Paulo ensina algo parecido: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (Gálatas 5:16). Não existe mágica nessa guerra. Quando andamos no Espírito, isto é, quando temos comunhão com Deus e estamos focados nos caminhos do Senhor, ganhamos uma capacidade de dizer não ao pecado, ainda que ele seja atrativo. A distância de Deus provoca o efeito contrário, o pecado se torna algo que desejamos mais do que Deus, aí ele nos atrai e nos devora como um inimigo implacável.
(4) Apesar de muitos se sentirem dominados pelo pecado em alguns momentos, até mesmo achando que não conseguem vencê-lo, a Palavra do Senhor é clara sobre a capacidade que Deus nos deu de vencermos o pecado, pois ele nunca é maior que as nossas forças. Ele só é maior quando abrimos mão da resistência que devemos exercer diante dele: “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar” (1º Coríntios 10:13).
Fonte: Esboçando Idéias
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